sexta-feira, dezembro 19, 2008

Faltam os Woodward e Bernstein
mas sobram os “garganta funda”

William Mark Felt, o antigo director-adjunto do FBI que clandestinamente denunciou o ex-Presidente norte-americano Richard Nixon, no escândalo Watergate, e cuja identidade se escondia até há três anos sob a alcunha "Garganta Funda" morreu ontem aos 95 anos.

Mark Felt foi a fonte secreta de Bob Woodward e Carl Bernstein os dois jornalistas do Washington Post que denunciaram o escândalo Watergate.

Foi o Washington Post que publicou, em 1972 e 1973, as informações passadas pelo "Garganta Funda" ao então jovem repórter Bob Woodward, que, com Carl Bernstein, revelaram o caso, que contribuiu para a queda do então Presidente Richard Nixon.

Felt admitiu em Abril de 2005 que era a "Garganta Funda", ou seja, o informador secreto dos dois jornalistas, depois de ter mantido silêncio durante 33 anos sobre o seu papel no caso, incluindo em relação à família.

Graças às informações confidenciais de Mark Felt, Woodward e Bernstein puderam provar o papel da Administração do presidente Richard Nixon num assalto à sede do Partido Democrata no edifício Watergate, em Junho de 1972, para fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta.

O escândalo e as tentativas da Casa Branca para encobrir o caso levaram à demissão de Richard Nixon, o primeiro presidente dos Estados Unidos a ser obrigado a fazê-lo, em Agosto de 1974.

"Quero que se lembrem de mim como um funcionário do governo que fez todo o seu melhor para ajudar toda a gente. Gostava de ficar com a reputação de ter procurado ajudar as pessoas", afirmou há três anos Mark Felt na altura em que publicou um livro sobre a sua vida como agente do FBI intitulado "A Vida do G-Man: o FBI, ser Garganta Funda, e o Combate pela Honra em Washington".

Hoje o que mais existe são “gargantas fundas”. No entanto, são cada vez menos (refiro-me óbvia e exclusivamente ao Burkina Faso) os Bob Woodward e Carl Bernstein.

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