Há uns tempos, e por isso as palavras voam mas os escritos são eternos, António Barreto disse que “o primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas”.
Tempos depois, Manuel Alegre afirmou que José Sócrates é "teimoso, obsessivo e arrogante", acrescentando que “não há racionalidade capaz de convencer Sócrates".
Eis senão quando, hoje, o (ainda) deputado socialista Manuel Alegre responde às palavras “pouco canónicas” do líder do PS, José Sócrates, sobre a “identidade” do Partido e confessou não saber “o que quer dizer essa coisa do popular e moderado”.
No programa “Grande Entrevista”, da RTP-1, o ex-candidato presidencial comentou as palavras de Sócrates, quarta-feira, no jantar de Natal da bancada, em que o primeiro-ministro garantiu que o PS é um partido sem problemas de identidade, assumindo-se como “popular”, da “esquerda democrática” e “moderada”.
Alegre ouviu as palavras de Sócrates como “uma tentativa de responder aquilo que ele pensa que será um excesso de esquerdização” da sua parte, que participou no domingo, em Lisboa, no fórum das esquerdas, com militantes do Bloco de Esquerda, ex-comunistas e independentes.
Na entrevista, o dirigente histórico do PS admitiu que as palavras de Sócrates não foram “muito canónicas” e fez uma confissão: “Eu não sei o que quer dizer essa coisa do popular e moderado”. E como é que Alegre deveria saber se o próprio Sócrates também não sabe?
“A levar isso à letra, então pressupunha que havia uma crise de identidade e uma acentuada deriva do Partido para o centro”, disse.
“Os portugueses sabem bem quem nós somos. Somos o grande partido popular da esquerda democrática e da esquerda moderada em Portugal”, declarou José Sócrates, motivando – como estabelecido no programa - uma prolongada salva de palmas dos deputados socialistas. Deputados que, como é regra neste PS, funcionam (quase) todos como autómatos telecomandados.
E cada vez mais António Barreto tem razão. “O primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas”.
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