terça-feira, dezembro 23, 2008

Registo eleitoral dos angolanos no exterior
- Votar talvez, mas apenas nas... legislativas

O início do processo de registo de cidadãos angolanos no exterior para que possam participar nas próximas eleições legislativas (legislativas, nada de confusões) é uma das principais tarefas do Ministério da Administração do Território (MAT) de Angola.

O anúncio foi feito hoje pelo ministro da pasta, Virgílio de Fontes Pereira, numa cerimónia de fim de ano com os funcionários do ministério. Vá lá. Sejamos optimistas. Só é preciso esperar e rezar para que haja eleições.

"No próximo ano também vamos iniciar uma tarefa muito reclamada pelos angolanos que estão cá e lá fora e que tem a ver com a preparação do registo no exterior, que não sendo uma tarefa típica de condução do MAT lá fora, será uma tarefa que o MAT deve e tem a obrigação de dinamizar para que os angolanos que tenham capacidade activa possam ser registados para votarem nas próximas eleições legislativas", disse o ministro.

Isso é que é ser ministro! Desde logo por reconhecer que há angolanos no exterior. É obra.

Nas últimas supostas eleições legislativas, realizadas a 5 de Setembro de 2008, os cidadãos angolanos residentes no exterior não puderam votar por falta de condições logísticas, segundo a justificação governamental típica de quem quer, pode e manda.

O Governo justificou a sua decisão com a dificuldade que a Comissão Nacional Eleitoral e os partidos políticos teriam em fiscalizar o processo em todos os países onde há angolanos.

E, no caso da CNE, até tem razões. Se a CNE nem no país conseguiu fiscalizar a votação, muito menos o conseguiria fazer no exterior.

O ministro referiu ainda que, o MAT é um órgão "de natureza transversal" e pelo facto tem maior responsabilidade, nomeadamente no domínio da preparação das eleições e do desenvolvimento da administração local. Pois!

Segundo o governante, a actualização do registo eleitoral deverá ocorrer entre Abril e Maio do próximo ano, para permitir que os cidadãos que nesta altura não estejam registados, mas com capacidade para votar, possam fazê-lo também.

Cá estaremos para ver e contar como foi, se entretanto Isabel dos Santos não tiver comprado o nosso direito de sermos livres...

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