Com a natural e esperada excepção de países influentes na região, casos de Angola e Moçambique, cresce o número dos que pedem a cabeça do presidente do Zimbabué, Robert Mugabe.
A maior parte deles vai a reboque pois, como é fácil de verificar (até mesmo pela leitura aqui do Alto Hama), há muito, muito tempo que a situação no Zimbabué exige o afastamento do presidente vitalício.
Mas a macro-política mundial, sempre feita nos areópagos dos hotéis de muitas estrelas, só se preocupa quando os problemas ameaçam chegar muito perto. Os casos de cólera são o motivo para a cólera de muitos, apesar de há muito a população do Zimbabué estar a morrer de fome.
E agora lá vemos uma enxurrada de países, dos EUA a (pasme-se) Portugal, passando pelo Reino Unido a exigir que Mugabe saia, nem que para isso seja necessário usar a força.
Segundo o bispo da Igreja Anglicana de Moçambique, Diniz Sengulane, a situação no Zimbabué é resultado de “os políticos não estarem pura e simplesmente interessados em resolver o problema”.
E tem razão. Só falta ser mais preciso e dizer que os políticos que não estão interessados em resolver o problema são não só os do Zimbabué, como todos os outros da região e não só. Mais uma vez, seja nos EUA, em Portugal ou em Angola, o que se verifica é que os políticos não existem para servir as pessoas mas, isso sim, para se servirem das pessoas.
Outrora considerado o “celeiro da região”, com uma agricultura desenvolvida e um dos melhores sistemas de saúde e de educação de África, o Governo zimbabueano já se declarou impotente para lidar sozinho com uma epidemia de cólera, que matou até ao momento perto de 600 pessoas.
O colapso das infra-estruturas de saúde do Zimbabué é atribuído à crise económica no país, devido a uma desastrosa reforma agrária e à incapacidade das principais forças políticas do país em chegar a um acordo de partilha de poder.
2 comentários:
É de aproveitar e pedia-se também a cabeça do Zédu!
Já agora pede-se também a cabeça do Zedu.
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