Numa altura em que os maus ventos para o Jornalismo português tendem a passar a vendaval, registo com agrado que a tese de que não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado, ganhou novo alento. Leiam o que se segue e perceberão a razão.
«Amigo Orlando Castro
Já lá vão muitos meses que me habituei a passar os olhos pelo Alto Hama. E por aí vou navegando, uma vezes dedicando grande reflexão, outras lendo e relendo na tentativa de guardar e não esquecer o sentido dos seus textos embrulhados em torrões de terra angolana.
Há bocado, ao procurar determinada referência no Google, tive a enorme surpresa de deparar com o meu nome e, juntamente com ele, expressões que me deixaram bastante amolgado. Se lhe disser que me vieram as lágrimas aos olhos, direi pouco. Nunca pensei chegar à idade que cheguei e ler algo que me deixará marcado para o resto da vida. E venho agradecer-lhe essa gentileza, esse sinal de grande consideração.
Há bocado, ao procurar determinada referência no Google, tive a enorme surpresa de deparar com o meu nome e, juntamente com ele, expressões que me deixaram bastante amolgado. Se lhe disser que me vieram as lágrimas aos olhos, direi pouco. Nunca pensei chegar à idade que cheguei e ler algo que me deixará marcado para o resto da vida. E venho agradecer-lhe essa gentileza, esse sinal de grande consideração.
Como acima referi, sou apenas (sempre fui) uma simples migalha da massa com que o meu Amigo, diariamente, fabrica o pão que distribui graciosamente aos que têm a ventura de o ler.
O trabalho que tem levado por diante, é simplesmente notável, sobretudo quando frequentemente damos de caras com iletrados que se aplidam de jornalistas, gente sem escrúpulos, ronceiros sem ética, sem respeito, sem formação, sem aptidão, sem dignidade.
Dezenas de anos depois de ter sepultado a revista "Notícia" na minha memória e Angola no meu coração, sou confrontado, inopinadamente, num espaço de infindável divulgação e popularidade, com referências que me deixaram como que petrificado pela surpresa, e comovido, encharcado de emoção, por um gesto que... ainda não acredito e terei de o ler inúmeras vezes.
Numa actividade em que a inveja, a maledicência, a irresponsabilidade e as punhaladas nas costas são, cada vez mais, a negritude inhumana do nosso horizonte, as suas referências a meu respeito merecem a minha eterna gratidão.
Desejo-lhe, Amigo Orlando Castro, um novo ano repleto de êxitos profissionais e de muitas felicidades para si e para os seus. Eu, inesperadamente, já ganhei neste final de 2008. Obrigado por me ter oferecido a recordação que nunca ninguém ousaria oferecer-me.
Um grande e sincero abraço,
Jaime de Saint Maurice»
(*) Jaime de Saint Maurice foi, como Jornalista e lá longe na terra onde a saudade castiga mais, um farol para a minha navegação nesta tormenta do Jornalismo.
(*) Jaime de Saint Maurice foi, como Jornalista e lá longe na terra onde a saudade castiga mais, um farol para a minha navegação nesta tormenta do Jornalismo.
2 comentários:
Comovente, admirável!
Obrigado ao Orlando e ao Mestre Jaime.
Um 2009 Positivo.
Didinho
Força na canjica, Orlando. Leme bem seguro para que a proa do navio que transporta as tuas notícias as dissemine pelo teu Mar Oceano. Navega marinheiro Orlando, navega marinheiro Orlando. Vai, e ruma, na bruma contra as marés infestadas de monstros e atira-lhes a tua certeira lança. E navega, navega-lhes...
Enviar um comentário