O prémio Nobel da Paz, o arcebispo Desmond Tutu exortou o mundo a usar a força militar para afastar Robert Mugabe do poder no Zimbabué se ele não o fizer voluntariamente, foi hoje noticiado.
Para o respeitado clérigo anglicano, a comunidade internacional deve ameaçar seriamente o Presidente do Zimbabué com um processo-crime no Tribunal Internacional de Haia por violações dos direitos humanos para o forçar a abandonar o poder.
Numa entrevista ao programa “Nova” da televisão holandesa, difundida ontem à noite o prémio Nobel da Paz e velho crítico de Robert Mugabe acusou o ditador zimbabueano de ter destruído o seu outrora próspero país.
“Mugabe destruiu um país lindo. Um país que já foi um celeiro da região e que é hoje um país devastado”, disse Tutu.
Questionado sobre se Mugabe – que está no poder desde a independência do país do Reino Unido, em 1980 – deveria ser afastado pela força, o clérigo respondeu que quer a União Africana quer a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) têm capacidade para o fazer.
“Sim, pela força. Se lhe disserem 'demita-se' e ele se recusar a fazê-lo, deveriam afastá-lo militarmente”, sublinhou.
A braços com uma economia e um aparelho de Estado paralisados, o Zimbabué regista agora uma epidemia de cólera que já matou mais de 560 pessoas e alastra para a vizinha África do Sul.
Mais de quatro milhões de zimbabueanos fugiram já para países vizinhos, enquanto Mugabe (que perdeu as eleições presidenciais de 29 de Março) e o líder do MDC, Morgan Tsvangirai, continuam a divergir sobre a constituição de um governo de unidade nacional, imposto pela SADC como forma de legitimar o poder no país.
A taxa de inflação já ultrapassou os 231 milhões por cento anuais, a grande maioria dos estabelecimentos comerciais do país nada tem para vender e mais de cinco milhões de habitantes necessitam de auxílio alimentar de emergência nos próximos meses.
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