A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, certamente por já estar da malas aviadas, resolveu apelar hoje à demissão do Presidente (mais do que) vitalício do Zimbabué, Robert Mugabe.
"É tempo de Robert Mugabe partir. Penso que isso é a partir de agora uma evidência", declarou numa conferência de imprensa, qualificando de "farsa" as negociações sobre o acordo de partilha do poder com a oposição, depois de uma "eleição simulada".
Mas então qual foi a gota de água que, no fim de mandato, acordou a mente de Rice?
Vejamos. Segundo Rice, a actual epidemia de cólera no Zimbabué deveria ser um sinal para a comunidade internacional de que é tempo de enfrentar Mugabe.
"Se isto não é prova para a comunidade internacional de defender o que é correcto, não sei o que será. E francamente, as nações da região têm de o fazer", disse a secretária de Estado norte-americana.
Ou seja, os 12 mil casos de cólera (parte dos quais estão a ser tratados em Moçambique) é que fizeram acordar a administração dos EUA.
Menos importante, pelos vistos, é o facto de mais de quatro milhões de zimbabueanos terem fugido do país, fazendo do Zimbabué o maior exportador de refugiados.
Menos importante, pelos vistos, é o facto de a taxa de inflação ultrapassou os 231 milhões por cento anuais, ou o facto de a grande maioria dos estabelecimentos comerciais do país nada terem para vender, ou o facto de mais de cinco milhões de habitantes necessitarem de auxílio alimentar de emergência nos próximos meses.
O facto de a candidata republicana à vice-presidência dos EUA, Sarah Palin, pensar que África era um país, ainda vá que não vá. Mas que Rice se baseie nos casos de cólera para justificar a saída de um ditador que há muito deveria ter levado um tiro na mona, essa fica mesmo ao nível do seu chefe, de nome George W. Bush.
Ou seja, os 12 mil casos de cólera (parte dos quais estão a ser tratados em Moçambique) é que fizeram acordar a administração dos EUA.
Menos importante, pelos vistos, é o facto de mais de quatro milhões de zimbabueanos terem fugido do país, fazendo do Zimbabué o maior exportador de refugiados.
Menos importante, pelos vistos, é o facto de a taxa de inflação ultrapassou os 231 milhões por cento anuais, ou o facto de a grande maioria dos estabelecimentos comerciais do país nada terem para vender, ou o facto de mais de cinco milhões de habitantes necessitarem de auxílio alimentar de emergência nos próximos meses.
O facto de a candidata republicana à vice-presidência dos EUA, Sarah Palin, pensar que África era um país, ainda vá que não vá. Mas que Rice se baseie nos casos de cólera para justificar a saída de um ditador que há muito deveria ter levado um tiro na mona, essa fica mesmo ao nível do seu chefe, de nome George W. Bush.
Sem comentários:
Enviar um comentário