Repórteres despedidos do jornal “O primeiro de Janeiro” reuniram-se ontem num jantar comemorativo dos 140 anos do diário portuense. Apesar de terem ficado sem emprego em Julho passado, os profissionais fizeram questão em assinalar a data em que nasceu a publicação de referência e que foi durante anos uma Escola do jornalismo português.
Pouco importa tudo o resto.
No dia 31 de Julho de 2008, a directora, cumprindo ordens da administração da empresa, demitiu em bloco mais de 30 jornalistas e outros funcionários administrativos - cujos processos estão ainda por resolver pela via judicial - sem uma explicação plausível, sem qualquer indemnização e com salários em atraso.
O escândalo do jornal “O Primeiro de Janeiro” (também, com orgulho, vesti esta camisola) é o mais recente exemplo, mas outros houve e outros haverá. Se calhar nem será preciso esperar muito tempo.
O escândalo do jornal “O Primeiro de Janeiro” (também, com orgulho, vesti esta camisola) é o mais recente exemplo, mas outros houve e outros haverá. Se calhar nem será preciso esperar muito tempo.
Mais do que informar, mais do que formar, os jornais têm de vender. Vender, vender sempre mais. E quem sabe o que fazer para melhor vender não são, na maioria dos casos, os jornalistas.
Os jornalistas são os montadores que, de acordo com o mercado, alinham as peças de um crime, de um comício, de um atentado ou de um buraco na rua.
Se o que vende é dar uma ajuda ao partido do Governo para que este ganhe as próximas eleições, são essas as peças que têm de montar, nada contando a teoria da isenção que é tão do nosso teórico agrado.
Se o que vende é divulgar as supostas boas acções do PS, do PSD ou do MPLA, são essas as peças que têm de montar, passando por cima do facto de esses partidos serem responsáveis por todas as nossas desgraças.
Se o que vende é dar cobertura às ditaduras (sejam as de Robert Mugabe, Hugo Chávez ou José Eduardo dos Santos), são essas peças que têm de montar, calibrando-as da forma a parecerem dos melhores exemplos democráticos.
Pouco importa tudo o resto.
Assim sendo, as linhas de montagem (veja-se o exemplo de “O Primeiro de Janeiro”) não precisam de jornalistas 24 horas por dia, basta-lhes as sete horas. E aos jornalistas basta-lhes, ao que parece, uns tantos euros por mês...
Tudo o resto são cantigas, tenha a classe uma Ordem ou apenas, como agora, um Sindicato, uma Caixa dos Jornalistas, uma Entidade Reguladora, um ministro tutelar chamado Augusto Santos Silva, ou coisa nenhuma...
Tudo o resto são cantigas, tenha a classe uma Ordem ou apenas, como agora, um Sindicato, uma Caixa dos Jornalistas, uma Entidade Reguladora, um ministro tutelar chamado Augusto Santos Silva, ou coisa nenhuma...
1 comentário:
O meu caro amigo anda desaparecido (ultimamente já só lhe leio o nome nas páginas do «Mundo»)... Está tudo bem desse lado? Um beijinho e um convite para aparecer mais pelo Mente Despenteada. Até já!
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