O comércio entre a China e Africa aumentou 59 por cento nos primeiros nove meses de 2008, mantendo um crescimento anual acima dos 30 por cento pelo sétimo ano consecutivo. Coisa pouca, como se vê.
Contas divulgadas hoje pelo semanário Revista de Pequim indicam que entre Janeiro e Setembro deste ano as trocas comerciais entre a China e os 53 países africanos somaram 83,4 mil milhões de dólares (cerca de 66,2 mil milhões de euros), enquanto em 2000 rondava os 10 mil milhões de dólares (7,9 mil milhões de euros). Coisa pouca, como se vê.
Nos primeiros nove meses de 2008, as exportações chinesas aumentaram 78 por cento, para 45,78 mil milhões de dólares (36.3 mil milhões de euros) – mais 8,14 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) que as importações, que subiram apenas 41 por cento.
Os números constam de um artigo com o título “No Caminho Certo”, escrito por um funcionário do Departamento da Ásia Ocidental e Assuntos Africanos do Ministério do Comercio da China.
Segundo a mesma fonte, a China tem mais de 800 empresas em 48 países africanos e o seu investimento directo em Africa atingiu 4,46 mil milhões de dólares (3,53 mil milhões de euros) no final de 2007. Coisa pouca, como se vê.
Há um ano, a China comprou por 5,5 mil milhões de dólares (4,36 mil milhões de euros) 20 por cento do capital do maior banco sul-africano, o Standard Bank of South Africa, “iniciando também uma cooperação em larga no campo financeiro”.
O aumento da presença da China em Africa tem alarmado alguns governos ocidentais, mas, na opinião de um académico chinês, isso também contribui para “atrair mais atenção internacional” para o continente africano.
“Devido ao rápido desenvolvimento das relações entre a China e África, algumas potências mundiais como os Estados Unidos e o Japão também fortaleceram os seus mecanismos de cooperação com Africa”, disse Yao Guimei, investigador do Instituto de Estudos da Ásia Ocidental e Africa da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
A influência chinesa em África tem aumentado também no plano diplomático: apenas quatro países (Burkina Faso, Gâmbia, Suazilândia e S. Tomé e Príncipe) mantêm relações oficiais com Taiwan, a ilha onde se refugiou o governo nacionalista após a tomada do poder pelos comunistas, em 1949, e que Pequim considera uma província da China.
No início da década de 1990, mais de uma dúzia de países, entre os quais a África do Sul e o Senegal, tinham relações com Taiwan.
Em 2000, o governo chinês lançou um Fórum de Cooperação China-África e seis anos depois reuniu em Pequim quase 50 chefes de Estado e de governo, na maior concentração do género fora do continente africano.
“No seu processo de cooperação com países africanos, a China não impõe condições nem interfere nos seus assuntos internos”, realça Yao Guimei.
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