A Justiça Federal de São Paulo condenou hoje o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, a dez anos de prisão e a uma multa de 12 milhões de reais (quatro milhões de euros), por corrupção activa.
Dantas foi processado por ter alegadamente oferecido um milhão de dólares a um delegado da Polícia Federal para não ser investigado no âmbito da Operação Satiagraha (busca da verdade, em sânscrito).
Dantas foi processado por ter alegadamente oferecido um milhão de dólares a um delegado da Polícia Federal para não ser investigado no âmbito da Operação Satiagraha (busca da verdade, em sânscrito).
Iniciada em 2004 para desarticular um esquema de corrupção relacionado com o escândalo do "mensalão" - como ficou conhecida a compra de apoio político no Congresso pelo Partido dos Trabalhadores (PT) - do Presidente Lula da Silva, a Operação Satiagraha levou à prisão, em Julho, de banqueiros, directores de bancos, políticos e empresários.
O esquema teria movimentado cerca de 1,3 mil milhões de euros através de um fundo de investimento do Banco Opportunity em contas bancárias num paraíso fiscal nas Caraíbas.
Entre as empresas utilizadas por Dantas no esquema estavam as operadoras de telemóveis Brasil Telecom e Telemig Celular, posteriormente adquirida pela Vivo, detida em partes iguais pela Portugal Telecom (PT) e pela Telefónica.
Ao receber a proposta de corrupção feita pelos emissários do banqueiro - Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom, e o professor universitário Hugo Chicaroni - a Polícia Federal fingiu concordar e passou a gravar todas as conversas e até parte do pagamento.
Braz e Chicaroni foram também condenados a sete anos e um mês cada um, em regime semi-aberto, e ao pagamento de multas - respectivamente 500 mil euros e 166 mil euros - por danos causados à sociedade.
O dinheiro das multas reverterá para instituições de beneficiência, a designar pela justiça.
Os advogados de defesa de Dantas negam as acusações e já recorreram, pedindo a anulação do julgamento, alegando que a decisão judicial é baseada em escutas telefónicas irregulares.
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