Segundo o jornal Agora, o empresário e promotor de espectáculos angolano, Henrique Miguel (Riquinho), quer lançar a candidatura do seu camarada presidente, Eduardo dos Santos, ao Prémio Nobel da Paz (em que outra categoria poderia ser?) de 2010.
“A finalidade é recompensar o chefe do Estado angolano por tudo quanto tem feito dentro e fora do país, sem o devido reconhecimento”, diz o empresário.
Diz, e diz muito bem. Quem melhor do que Eduardo dos Santos, presidente não eleito de Angola que está – coisa normal em qualquer democracia ou Estado de Direito – há 29 anos no cargo, para ter o Nobel da Paz? Sim, quem? Eventualmente, mas sem hipóteses, talvez, Robert Mugabe.
Quem mehor do que Eduardo dos Santos, um dos políticos não eleitos há mais tempo no poder em todo o mundo, para merecer esse reconhecimento internacional?
Quem melhor do que Eduardo dos Santos que lidera um partido que está no poder há 33 anos num país em que a maioria do povo angolano, 68%, que vive abaixo da linha de pobreza, para merecer esse reconhecimento internacional?
Quem melhor do que Eduardo dos Santos que lidera um partido que está no poder há 33 anos num país em que metade das crianças não frequentam a escola, 45% sofrem de má nutrição crónica e uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos, para merecer esse reconhecimento internacional?
E se Riquinho, ou quem lhe encomendou a ideia, seja o presidente da República ou do MPLA, fossem gozar com o raio que os parta?
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