O novo bispo do Dundo (província angolana da Lunda Norte), D. José Manuel Imbamba, elegeu hoje a educação como um dos objectivos da sua missão por considerar que é o "melhor caminho para o desenvolvimento". Não é bem isso que o MPLA pensa desde que chegou ao poder, já lá vão 33 anos. Mas…
Segundo o bispo, o alto índice de analfabetismo que se regista nesta província do norte de Angola, rica em diamantes, é o grande motivo da sua aposta. Se ainda fosse só na Lunda norte!
"Ganha-se melhor o desenvolvimento através da educação e este é o aspecto por que me debaterei fortemente. Para que a juventude não gaste energias com coisas banais", disse em declarações à Agência Lusa.
Coisas de facto banais que, digo eu, são fomentadas por quem garante a manutenção do poder pela via do analfabetismo e da barriga vazia.
D. José Manuel Imbamba referiu que a igreja "não pretende substituir as obrigações do Governo", mas sim trabalhar com o governo local no sentido de criar instituições que ajudem as pessoas a dignificarem-se, nomeadamente mais escolas e hospitais.
É isso aí. Pena é que Angola continue entregue aos poucos que têm milhões, que querem ter ainda mais milhões, e que se estão nas tintas para os milhões que têm pouco ou nada.
"Mostrar aos jovens que a riqueza não são só os diamantes e que o estudo também é uma riqueza que promove a dignidade das pessoas", disse o novo prelado do Dundo.
Disse e bem. No entanto, os diamantes ajudam a encher a barriga, a comprar quintas em Portugal e a ser – segundo a metodologia do MPLA – alguém com poder. Pelo contrário, ter estudos apenas serve para se sonhar com o poder das ideias.
E o poder das ideias, no caso de Angola, vale muito menos do que as ideias de poder.
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