O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que a Guiné-Bissau se está a converter num mercado de drogas e pediu ao Conselho de Segurança para considerar a possibilidade de adoptar sanções. A comunidade internacional continua a gozar com a nossa chipala.
"Preocupam-me, particularmente, relatórios que referem que a Guiné-Bissau já não é simplesmente um centro de trânsito, mas que se está a converter rapidamente no importante mercado de comércio de drogas", afirmou o secretário-geral da ONU no último relatório sobre o país, datado de 29 de Setembro.
No próximo afirmará a mesma coisa, e no seguinte repetirá o que disse nos anteriores. Fica, contudo, por resolver o problema.
Já no dia 26 de Agosto, o representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Shola Omoregie, manifestou-se “desagradado e preocupado” com a decisão do juiz que ordenou a libertação de quatro suspeitos de tráfico de droga para o país.
Resultados? Nenhuns.
Portugal, que agora preside a essa aberração politico-filosófica que se chama CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), também continua a fazer relatórios sob a tutela do ilustre João Gomes Cravinho que, como é habitual, não só dão cobertura à ditadura de Nino Vieira como são um problema para a solução.
"Dado que compromete a paz, a segurança, a saúde, a economia e o Estado de Direito, a intensificação do tráfico de drogas pode semear o caos em todo o país", alerta o secretário-geral da ONU, numa cópia fiel do muito que tem dito e do pouco, ou nada, que tem sido feito.
No documento, Ban Ki-Moon pede ao Conselho de Segurança da ONU para criar um grupo de peritos para investigar a identidade e as actividades de quem participa no tráfico de droga naquele país da África Ocidental, com a possibilidade de adoptar medidas que incluam sanções.
Criado esse grupo de peritos (no qual espero ver incluído João Gomes Cravinho), lé teremos daqui a uns meses mais um relatório a dizer o que já se sabe e, eventualmente, a sugerir a criação de mais um grupo de qualquer coisa para que, afinal, tudo continue na mesma.
Criado esse grupo de peritos (no qual espero ver incluído João Gomes Cravinho), lé teremos daqui a uns meses mais um relatório a dizer o que já se sabe e, eventualmente, a sugerir a criação de mais um grupo de qualquer coisa para que, afinal, tudo continue na mesma.
No relatório, Ban Ki-Moon sublinha que a "propagação do narcotráfico e do crime organizado na Guiné-Bissau ensobram cada vez mais o país" e ameaçam os "esforços para a consolidação da paz" no país a "longo prazo".
Tretas. A ONU, a CPLP e similares não estou interessadas em resolver a questão. Preferem, nos areópagos da política internacional, apresentar relatórios pormenorizados enquanto esperam que o doente aprenda a viver sem comer.
É que, por exemplo, dois em cada três guineenses vivem na pobreza absoluta e uma em cada quatro crianças morre antes dos cinco anos de idade.
É claro que não será por falta de relatórios, grupos de peritos e balelas do mesmo tipo que os guineenses vão morrer no exacto momento em que estavam quase a conseguir viver sem comer.
E no meio deste e de muitos outros dramas, Nino Vieira continua a ser rei e a ter a cobertura dos seus homólogos, mau grado ser o principal responsável pelo problema.
E no meio deste e de muitos outros dramas, Nino Vieira continua a ser rei e a ter a cobertura dos seus homólogos, mau grado ser o principal responsável pelo problema.
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