O economista e antigo ministro da Indústria Mira Amaral fez um balanço negativo da actuação do Governo em matéria de finanças públicas na Conferência do Fórum para a Competitividade.
Será para acreditar? É que o autor deste balanço é o mesmo que em Maio disse que as afirmações do músico e activista irlandês Bob Geldof sobre os governantes angolanos eram "totalmente irresponsáveis" e "profundamente desconhecedoras" da realidade angolana.
Não sei se a ideia de Mira Amaral era dar uma ajuda ao PSD ou se, parecendo que o era, não é mais um forte contributo para a propaganda eleitoral do PS.
Recorde-se que Bob Geldof afirmou que "Angola é gerida por criminosos", acrescentando que "as casas mais ricas do mundo do mundo estão [a ser construídas] na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane".
Numa reacção violenta, o entigo ministro do Trabalho e Segurança Social do X Governo Constitucional (1985-1987) e ministro da Indústria e Energia do XI e XII Governo Constitucional (1987-1995), veio dizer que "qualquer pessoa que seja gestor executivo sabe o que custa fazer as coisas na prática e o tempo que levam a fazer. Quem canta músicas e depois tenta falar sobre coisas sérias, se calhar esta não é sua área específica de competência".
É claro que esta análise de Mira Amaral, tanto a relativa a Portugal como a que teve ao assumir as dores do MPLA, nada tem a ver com o facto de os maiores accionistas do BIC (do qual é presidente executivo) serem o empresário português Américo Amorim, com 25%, e a Sociedade de Participações Financeiras (SPF), da empresária angolana Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, também com 25%.
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