O candidato republicano à presidência dos EUA, John McCain, comparou o rival democrata, Barack Obama, aos socialistas europeus que defendem a redistribuição de riqueza.
Socialistas europeus que quê? De que Europa estaria a falar McCain? É que, nas ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos, os socialistas defendem a redistribuição de riqueza apenas entre eles e, mesmo assim, restringem-na aos que em vez de socialistas são “socretinos”.
McCain não sabe, mas talvez Obana saiba, que Portugal (socialista) é um dos oito países da União Europeia onde se registam os níveis mais elevados de pobreza nas crianças, nomeadamente nas que vivem com adultos empregados.
Tivesse José Sócrates o poder de, como faz em Portugal, controlar a UE e nada disto se saberia. E até seria bom que se não soubesse porque, digo eu, a Comissão Europeia (que é entidade que o diz) está feita com a Oposição portuguesa.
É que nem McCain nem Obama (muito menos Bush) acreditam que no reino de José Sócrates existam níveis elevados de pobreza nas crianças.
Segundo um relatório conjunto sobre a protecção social e inclusão social da Comissão Europeia, em Portugal há mais de 20% (vinte por cento, vinte em cada cem, uma em cada cinco) crianças expostas ao risco de pobreza. O risco abrange tanto crianças que vivem com adultos desempregados como as que vivem em lares onde não há desemprego.
Neste caso, Portugal está em penúltimo lugar e é apenas ultrapassado pela Polónia - ambos com mais de 20% de risco de exposição à pobreza - de uma tabela liderada pela Finlândia e Suécia, com sete por cento de risco.
O relatório divide os estados-membros em quatro grupos, consoante os resultados nacionais em cada um de três grandes sectores: desemprego, pobreza dos trabalhadores e insuficiência da assistência social.
No grupo A - os que apresentam melhores resultados, com níveis baixo de desemprego, de pobreza nos lares onde há crianças e segurança social eficaz - estão incluídos Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Eslovénia, Holanda e Suécia.
O grupo B integra Alemanha, Bélgica, Estónia, França, Irlanda e República Checa. Eslováquia, Hungria, Malta e Reino Unido estão no grupo C.
O grupo D, de países onde se registam níveis relativamente altos de pobreza nas crianças, extremamente elevados em trabalhadores e uma fraca assistência social, inclui Espanha, Grécia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Polónia e Portugal.
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