Sete por cento da população activa em Portugal é de nacionalidades estrangeiras, afirmou hoje, em Lisboa, a alta comissária para a Imigração e Minorias Étnicas, Rosário Farmhouse. Para que conste.
“Em Portugal existem 150 nacionalidades, o que representa cinco por cento da população residente no país e sete por cento da população activa”, revelou a alta comissária na conferência "Lisboa - uma metrópole charneira de culturas", inserida no II Ciclo de Conferências "Lisboa 2020 - Uma Metrópole Competitiva", realizado na Fundação Cidade de Lisboa.
Rosário Farmhouse considera que Portugal está “bastante bem lançado” nas políticas e nas práticas de integração dos imigrantes, tendo ficado em segundo lugar num estudo realizado no ano passado pelo "British Council" neste domínio.
A cidade de Lisboa “enriqueceu e desenvolveu-se com a mistura intercultural e empobreceu quando se fechou à diversidade”, sublinhou a alta comissária. “Nesta fase de crise, muitos países fecham-se à imigração, não percebendo que a abertura ajuda ao desenvolvimento desses países”, acrescentou.
O professor universitário e sociólogo Adriano Moreira, também presente na conferência, acredita que na Europa ainda não foi encontrada uma forma de “viver em harmonia com os outros povos” e de “gerir os conflitos”.
“As sociedades estão a viver em regime de intolerância e não chega a tolerância. É preciso haver respeito pelas outras pessoas e, para isso, ainda há um longo caminho a percorrer”, disse.
Adriano Moreira afirmou, também, que Lisboa tem “bairros fechados e não tem escolas inclusivas”, mas Rosário Farmhouse contestou dizendo que “há muitas escolas do primeiro ciclo que têm sabido aproveitar a diversidade”.
“As crianças que, desde pequenas, exploram as diferenças de cada um são sementes de esperança, vão ser melhores adultos e fazer uma Lisboa melhor”, frisou a alta comissária.
De acordo com Rosário Farmhouse, o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) lançou no ano passado um convite à sociedade civil e às instituições públicas e privadas, nomeadamente às autarquias, para inserirem nas suas actividades o tema do diálogo intercultural.
Já aderiram a esta iniciativa 400 instituições - que, através de várias actividades, desde eventos gastronómicos até ao incentivo nas escolas para que os alunos apresentem aos colegas um pouco da sua cultura - vão dando a conhecer outras culturas.
O Ano Europeu do Diálogo Intercultural decorre ao longo de 2008, com várias iniciativas, públicas e privadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário