Entrando já por esta madrugada decorreu, no Casino da Póvoa de Varzim, a VIII Gala Prémio Mobis, uma iniciativa do jornal “Mobiliário em Notícia”. Foi, como é já um hábito, um êxito presidido pelo Secretário de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro.
Ao todo foram distinguidas três dezenas de empresas e empresários, naquilo que muitos consideram como os “Óscares do Mobiliário”. Na ocasião, a Associação Portuguesa de Comércio Mobiliário procedeu também à entrega da Etiqueta de Qualidade a cerca de 70 lojas.
O sector do mobiliário e da madeira emprega 54.500 trabalhadores. Segundo o “Estudo Estratégico das Indústrias de Madeira e Mobiliário” a indústria de mobiliário é dos sectores tradicionais da indústria portuguesa, aquele que, nos últimos anos, mais cresceu nos mercados internacionais e que conheceu uma evolução mais significativa no desenvolvimento de produtos, estratégias de marketing e evolução na cadeia de valor.
Não foi, obviamente, o caso. No entanto, se tivesse de “discursar” no evento, o que é que eu diria? Diria o que se segue:
A presente Gala Prémio Mobis realiza-se numa conjuntura económica e financeira complicada para todos. Penso, contudo, que aos portugueses nunca faltou engenho e arte, às vezes é mais a típica forma de desenrascar, para ultrapassar as crises.
O mobiliário português é, aliás, um bom exemplo, se bem que muitas vezes apareçam protagonistas que em vez de servirem o sector estão mais interessados em servir-se. Creio, por isso, que nesta altura complicada será bom que as entidades responsáveis tenham um redobrado cuidado em separar o trigo do joio.
Continuo a acreditar que a exportação é a porta de saída, a única que ainda está aberta, para muitas fábricas. De qualquer modo, para chegar a esse ponto ainda é preciso, continua a ser preciso, trabalhar não só muito mas bem, cabendo – permitam que o repita – aos organismos oficiais separar as águas.
Apesar da crescente qualidade (de fabrico, mas também de valor acrescentado ao nível do Design e do acabamento), o consumidor português continua a preferir comprar produto importado, sobretudo porque o factor preço ainda é decisivo. Aliás, importa fazer aqui e novamente o alerta no sentido de que os que apostam no mobiliário português não pode, ou melhor, não devem fazer jogo duplo.
Isto é, não podem ao mesmo tempo ser produtores e importadores. Sei que do ponto de vista da sobrevivência económica das empresas o fabrico e a importação são uma tentação lucrativa, importa no entanto definir de que lado se está.
O Mobiliário em Notícia – através do Prémio Mobis, mas não só – tem trabalhado no sentido de valorizar o produto português, chamando a atenção para uma mão-cheia de empresas que se distinguem pela excelência e pela qualidade dos seus produtos e serviços. Assim continua, sem ambiguidades, a privilegiar o que é nacional, se bem que nem sempre seja compreendido.
Com um sector a caminhar para uma luta sem regras, procura evitar que com uma política de dente por dente, olho por olho, acabem todos desdentado e cegos.
E se, o que é verdade, é difícil lutar de igual para igual com os gigantes que trabalham ao preço da chuva, importa apostar nos guarda chuvas, mesmo quando e sobretudo o tempo é de sol. Por outras palavras, potenciar a qualidade e a conjugação de esforços de modo a ter uma válida economia de escala.
O “Mobiliário em Notícia” está a fazer a sua parte. Será que todos os outros agentes estão a fazer a deles? Não espero uma resposta imediata, mas desejo que todos pensemos na pergunta e nas respostas para que, um dia destes, não estejamos a dizer que na altura em que estávamos quase a saber viver sem comer… morremos.
O mobiliário português é, aliás, um bom exemplo, se bem que muitas vezes apareçam protagonistas que em vez de servirem o sector estão mais interessados em servir-se. Creio, por isso, que nesta altura complicada será bom que as entidades responsáveis tenham um redobrado cuidado em separar o trigo do joio.
Continuo a acreditar que a exportação é a porta de saída, a única que ainda está aberta, para muitas fábricas. De qualquer modo, para chegar a esse ponto ainda é preciso, continua a ser preciso, trabalhar não só muito mas bem, cabendo – permitam que o repita – aos organismos oficiais separar as águas.
Apesar da crescente qualidade (de fabrico, mas também de valor acrescentado ao nível do Design e do acabamento), o consumidor português continua a preferir comprar produto importado, sobretudo porque o factor preço ainda é decisivo. Aliás, importa fazer aqui e novamente o alerta no sentido de que os que apostam no mobiliário português não pode, ou melhor, não devem fazer jogo duplo.
Isto é, não podem ao mesmo tempo ser produtores e importadores. Sei que do ponto de vista da sobrevivência económica das empresas o fabrico e a importação são uma tentação lucrativa, importa no entanto definir de que lado se está.
O Mobiliário em Notícia – através do Prémio Mobis, mas não só – tem trabalhado no sentido de valorizar o produto português, chamando a atenção para uma mão-cheia de empresas que se distinguem pela excelência e pela qualidade dos seus produtos e serviços. Assim continua, sem ambiguidades, a privilegiar o que é nacional, se bem que nem sempre seja compreendido.
Com um sector a caminhar para uma luta sem regras, procura evitar que com uma política de dente por dente, olho por olho, acabem todos desdentado e cegos.
E se, o que é verdade, é difícil lutar de igual para igual com os gigantes que trabalham ao preço da chuva, importa apostar nos guarda chuvas, mesmo quando e sobretudo o tempo é de sol. Por outras palavras, potenciar a qualidade e a conjugação de esforços de modo a ter uma válida economia de escala.
O “Mobiliário em Notícia” está a fazer a sua parte. Será que todos os outros agentes estão a fazer a deles? Não espero uma resposta imediata, mas desejo que todos pensemos na pergunta e nas respostas para que, um dia destes, não estejamos a dizer que na altura em que estávamos quase a saber viver sem comer… morremos.
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