O líder da oposição zimbabueano Morgan Tsvangirai afirma que as negociações sobre a formação de um futuro governo com o presidente Robert Mugabe "falharam". Onde está a novidade?
"Infelizmente após quatro dias de negociações, falhámos um entendimento sobre a repartição equitativa dos ministérios e a composição do governo", indicou à imprensa o líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) após mais de oito horas de negociações.
Tsvangirai, que qualificou esta situação como um "impasse", apelou à União Africana (UA) e à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para intervir. Está-se mesmo a ver, não está? Ninguém quer incomodar o soba dos sobas, Robert Mugabe.
Para fazer o Zimbabué sair da crise, nascida da derrota histórica do regime nas eleições de 29 de Março, Mugabe e Tsvangirai assinaram a 15 de Setembro um acordo de partilha de poder, prevendo que o primeiro permaneça como chefe de Estado e o segundo se torne primeiro-ministro.
Mas os dois adversários não conseguiram entender-se sobre a composição do governo de união e o presidente Mugabe acabou por atribuir a 11 de Outubro as principais pastas, como a do Interior, ao seu partido.
Tsvangirai ameaçou retirar-se das negociações se o seu rival não recuar da sua decisão.
As negociações foram iniciadas terça-feira para tentar um acordo sobre a repartição de ministérios com a ajuda do antigo presidente sul-africano Thabo Mbeki, mediador mandatado pela SADC.
Como tem reperido, Mugabe diz que só Deus o pode retirar do poder. Ora, pelos vistos, Deus anda ocupado com outras coisas, razão pela qual o Zimbabué vai continuar em lista de espera.
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