A Plataforma «Lusofonia Sem Fronteiras» nasce da necessidade de reestruturar o diálogo acerca da lusofonia, forçando o poder político a agir de acordo com um princípio que é enunciado mas não é colocado em prática.
A lusofonia é muito mais do que as estratégias comerciais e políticas dos países da CPLP, e tem uma dimensão cultural maior do que a velha exportação portuguesa para os países de língua portuguesa. Há hoje o caldo social e cultural necessário para se falar de uma nova identidade lusófona, feita de contactos culturais e humanos, em condições diversas, inconsciente mas profundamente dinâmica.
É forçoso redefinir as estruturas de análise da lusofonia e dotá-la de verdadeiros programas políticos capazes de fortalecer verdadeiramente o espaço lusófono, sem perpetuação das estruturas de base.
A Plataforma «Lusofonia Sem Fronteiras», projecto político, social e cultural da Associação Portuguesa de Cultura Afro-Brasileira, propõe-se a abordar os seguintes temas essenciais:
# redefinição da identidade portuguesa à luz da experiência interracial e intercultural de que a lusofonia é palco. Portugal, país de origem da lusofonia vive hoje uma dinâmica alteração da sua identidade-base, fruto da imigração africana e brasileira que vêm alterar os padrões de consumo artístico, a linguística, a gastronomia, a fé, a música, e a expressão básica de vivência social.
# tratamento igual e liberdade de vivência religiosa em Portugal. As manifestações religiosas de tradição afro e afro-brasileira não merecem a necessária atenção dos sucessivos governos, extremamente regulados pela tradição cristã. Enquanto Estado de Direito Portugal peca no campo de garante da igualdade religiosa. Necessária adequação dos programas escolares e académicos para o estudo e compreensão da diversidade religiosa.
# Os media necessitam de estar mais atentos ao conceito da lusofonia, abrindo as suas portas ao diálogo e debate reflexivo em torno das temáticas da nova identidade lusófona e espaço partilhado.
# diplomacia lusófona tem de abrir as suas portas ao diálogo intercultural e não tão somente às parcerias político-estratégicas. Os representantes legais dos países da CPLP em Portugal, têm o dever de promover iniciativas que visem abordar a reconstrução do espaço cultural e identitário lusófono, cabendo recuperar atavismos culturais antigos e trazê-los para o presente como matéria de diplomacia.
# A História de Portugal contada aos jovens não inclui a verdadeira miscigenação étnica e cultural. É fundamental introduzir na disciplina de português o estudo de Machado de Assis e Mia Couto, entre tantos outros, por forma a formar uma verdadeira consciência literária lusófona, à imagem do que acontece no Brasil. O ensino de formação cívica deve conter a promoção do diálogo intercultural, formando cidadãos livres de preconceitos.
Estas e outras matérias lusófonas estarão em reflexão no endereço electrónico:
e constituem-se como matéria essencial do debate para uma nova lusofonia construtiva. Vamos fazer a diferença, vamos criar um espaço de partilha positiva! Junte-se ao LSF! Vamos criar um movimento de verdadeira acção cultural lusófona!
Sem comentários:
Enviar um comentário