quinta-feira, outubro 30, 2008

Atentados matam 45 pessoas na Somália

Os cinco atentados, quase simultâneos, contra edifícios estratégicos da ONU na Somália, que provocaram pelo menos 45 mortos e dezenas de feridos, têm - segundo a Administração norte-americana - a marca "dos terroristas da al-Qaeda".

"Ninguém reivindicou a responsabilidade desses ataques, mas eles têm clara e inequivocamente a assinatura da al-Qaeda", afirmou a secretária de Estado adjunta dos EUA para os Assuntos Africanos, Jenday Frazer.

Os cinco atentados com carros armadilhados contra edifícios públicos e instalações da ONU, mergulharam no caos este país do Corno de África, onde floresce a rebelião dos radicais islamitas.

Na Somaliland, uma república autoproclamada do norte da Somália, três atentados foram cometidos na cidade principal, Hargeisa. Os alvos foram o Palácio Presidencial, os escritórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Embaixada da Etiópia.

Em Bosaso, capital económica de Puntland, região semiautónoma do nordeste, seis agentes dos serviços de informações morreram em dois atentados provocados por dois carros armadilhados que atingiram edifícios dos serviços de luta antiterrorista.

Entretanto, a União Europeia condenou "com a maior firmeza" os atentados, tendo a Presidência francesa expressado "grande preocupação ante as consequências desestabilizadoras destes atentados, quer para a Somália quer para a região". Paris disponibilizou o centro médico do seu Exército no Djibuti para receber o pessoal da ONU ferido.

Somaliland, antiga colónia britânica, separou-se da Somália em Maio de 1991, cinco meses depois da queda do presidente somali Mohamed Siad Barre.

A queda de Barre iniciou uma guerra civil na Somália, que desde 2006 se transformou numa sangrenta disputa entre os islamitas e o Governo apoiado pela Etiópia e pelo Ocidente.

Com instituições representativas, um Exército, uma administração e uma moeda própria, a Somaliland estava até agora relativamente a salvo da violência que sacode a Somália.

Os ataques coincidem com as discussões em Nairobi (Quénia) dos países membros da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, que reúne sete Estados do Leste de África e que procura tirar a Somália do caos político após 17 anos de guerra civil.

Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1035732

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