Sobretudo depois do 25 de Abril de 1974, nas décadas anteriores também não valia a pena, a Imprensa portuguesa tem dito que procura ser independente. Mas será assim?
António Balbino Caldeira diz que “o povo não pode esperar da imprensa o que a imprensa já não pode dar: independência. Devido à obsolescência tecnológica e social, motivada pela tendência da desintermediação, e à asfixia financeira da gratuidade dos conteúdos e meios e da falta de adaptação estrutural, a imprensa tornou-se o tapete do poder”.
Inês Pedrosa considera que "temos cada vez mais jornalistas que saltam das redacções para se tornarem criados de luxo do poder vigente".
Aqui o Alto Hama considera que depois dessa rodagem há sempre a possibilidade de ver criados saltarem do poder para serem directores de jornais.
E quando se salta das redacções para os antros do poder, isso será uma recompensa pelos serviços prestados? Não necessariamente. Mas pelos serviços não prestados não será com certeza.
O Governo português simulou que queria alterar o (mau) estado das coisas mas, mais uma vez, foi mais a parra do que a uva. Mais o acessório do que o essencial. Mais o socialismo do que o realismo. Mais a embalagem do que o produto.
Com algumas raras excepções, estacionou peças fundamentais na comunicação social e avisou, mesmo que de forma camuflada, que mais vale ser um propagandista de barriga cheia do que um ilustre Jornalista com ela vazia.
Alguns (muito poucos) ainda quiseram saber algo mais. No entanto, foram confrontados pelos que sabem tudo (embora raramente façam melhor) e que, como John Kennedy, disseram: "É a altura, não de perguntar aquilo que o Governo pode fazer por nós, mas aquilo que todos podemos fazer pelo Governo".
(A tradução da frase de Kennedy para português socrático é : "quem pode manda")
É claro (para mim - entenda-se) que este Governo (ao contrário dos leves e iniciais indícios) está-se nas tintas para os portugueses em geral e para os Jornalistas não socialistas em particular.
Porquê? Porque, cada vez mais, os Jornalistas sabem que é sempre possível ter um cartão do partido no meio de tantos outros, mesmo que a validade seja curta. É que, se não for nos jornais, haverá sempre um lugar como assessor.
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