«Dois Jornalistas da Rádio Comercial de Cabinda (RCC), foram suspensos das suas actividades por terem criticado na antena os moldes actuais na atribuição do prémio provincial de Jornalismo.
João Chico e Mateus Gonçalves, horas antes da atribuição dos prémios, foram intimados que nos «próximos dias vão sentir a mão pesada do Governo provincial por ousarem no seu programa da manha» de sexta-feira, 10 de Outubro, criticarem os «moldes de atribuição do prémio provincial de Jornalismo.» Há quem suspeite que já estavam de «pré-aviso dos resultados e também a pouca vergonha na cedência dos convites para o evento», disse fonte em Cabinda.
Os jornalistas da rádio lamentavam que pessoas alheias à classe «enchessem a sala em detrimento dos jornalistas», apesar de se reconhecerem que os encargos do serem assumidos totalmente executivo provincial, não era necessário que todo o «staff» do Governo e do MPLA fossem prioritários, nesse caso «deveria se atribuir ao evento uma outra designação», considerou.
Realizada a 10 de Outubro no Centro Cultural Chiloango, em Cabinda, a VII edição do prémio provincial de Jornalismo, sob auspícios do Governo local através da direcção provincial de Comunicação Social, teve «como já se previa, muita coisa duvidosa.»
Nesta edição o júri designado atribuiu os prémios por categorias, rádio, televisão e imprensa e «para não variar, aliás um clássico, dividiu o mal pelas aldeias, ou seja, atribuiu todos os prémios, em todas as categorias, aos órgãos de comunicação estatais.»
Para a categoria de rádio o programa em língua nacional foi o distinguido, «mesmo após a suspensão das emissões, por razões óbvias, que decorreram da realização das eleições de Setembro.»
O prémio na categoria televisão foi para a editora da presença de Cabinda no Bom dia Angola. Na imprensa o contemplado foi Pedro João da agência estatal de notícias, Angop, o único da lide dos próximos do Executivo que não beneficiara de viatura durante a campanha eleitoral. Cada um dos contemplados recebeu cerca de 30 mil dólares.
Contra todas as expectativas, quando se esperava uma menção honrosa para a Rádio Comercial de Cabinda, que viu este ano as suas instalações removidas de forma brutal, dado que o terreno onde se situava ser ocupado para a construção da nova sede do partido no poder, e «ter feito tanta bajulação durante a campanha eleitoral», que «beneficiou o autoproclamado repórter do MPLA» naquela estação radiofónica, Silvestre Padi, chefe do Centro de Documentação e Informação da Administração Municipal de Cacongo, recebeu uma viatura «zero quilómetro.»
Menções honrosas foram atribuídas também a Domingos Tiago da secção desportiva da Rádio Nacional de Angola (RNA) em Cabinda, Afonso Sassa da Televisão Pública de Angola (TPA), e por fim a Bernardo Malila Capita do Jornal de Angola, que «para muitos deveria ser o vencedor nesta categoria», mas, «como beneficiara de uma viatura para cobertura da campanha do MPLA, tiveram apenas de o contentar com uma menção honrosa em reconhecimento da sua dedicação efectiva durante o ano».
Nos bastidores Capita exprimira não acreditar que desta vez o prémio lhe tivesse escapado: «dei todo meu empenho para ganhar e estava confiante que o iria conseguir, mas como o juiz decidiu assim, vamos ter que aceitar.»
Nos bastidores Capita exprimira não acreditar que desta vez o prémio lhe tivesse escapado: «dei todo meu empenho para ganhar e estava confiante que o iria conseguir, mas como o juiz decidiu assim, vamos ter que aceitar.»
«Ficou mais uma vez demonstrado que o prémio provincial de jornalismo em Cabinda é uma forma indirecta do Governo satisfazer algumas inquietações de pessoas, devidamente escolhidas a dedo no seio da classe apenas ligados ao serviço público» comentou um jornalista.
Apesar de existir um regulamento pelo qual o júri se deveria guiar na atribuição dos prémios, «a verdade é que tudo continua na escuridão e de edição a edição vai crescendo a insatisfação da classe pelos métodos utilizados para escolha dos melhores.»
«Com tudo isso vai ganhando Pedro Sia, e os seus pares na direcção da comunicação social que vão engordando os seus bolsos com as comissões que ganham na realização destes eventos» comenta o mesmo jornalista.
«Desde a sua instituição em 2001, quando Pedro Neto era responsável pelo sector na província, a iniciativa foi encarada como uma mola propulsionadora da actividade jornalística na província. Mas com este consulado de Pedro Sia, e seus colaboradores, tem pautado por uma conduta de autêntica ditadura... ou alinhas ou sais. O júri comandado por António Manuel Gime, agora vice-governador provincial, não tem sido imparcial dada a influencia que sofre do órgão reitor da comunicação social na província.
«Só nos resta saber se mesma decisão tem ou não anuência do Governador provincial» concluiu.»
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1 comentário:
Gil Gonçalves
patriciaguinevere.blogspot.com/
A caminho de Myanmar.
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