O ex-presidente do Botsuana Festus Gontebanye Mogae foi hoje distinguido com o prémio Mo Ibrahim de boa governação, no valor de 3,7 milhões de euros.
O seu trabalho no combate à Sida e no progresso económico do país foi elogiado pelo ex-secretárgio-geral da ONU Kofi Annan, que preside ao comité responsável pela escolha do vencedor do prémio.
“O Botsuana é um exemplo de como um país com recursos naturais pode promover desenvolvimento sustentável com boa governação, num continente onde muitas vezes a riqueza mineral se tornou numa praga”, saudou, numa conferência de imprensa em Londres.
Lançado pela Fundação Mo Ibrahim, que foi criada pelo empresário africano com o mesmo nome, o Prémio Mo Ibrahim para o Sucesso na Liderança Africana pretende reconhecer líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política.
O prémio é entregue anualmente a um ex-chefe de Estado ou de governo de países da África Austral que tenha sido democraticamente eleito e que tenha deixado de exercer funções nos últimos três anos.
A escolha deste ano foi feita por um júri dirigido pelo ex-presidente das Nações Unidas Kofi Annan, que inclui Aïcha Diallo, ex-ministra da Educação da Guiné, Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda, Salim Ahmed Salim, ex-primeiro-ministro da Tanzânia, Martti Ahttisaari, ex-presidente da Finlância e Mohamed ElBaradei, director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica.
O dinheiro do prémio, no valor total de cinco milhões de dólares norte-americanos, será distribuído durante dez anos em tranches de 500 mil dólares e é também visto como uma forma de oferecer segurança monetária a dirigentes africanos que abandonem o poder.
Após os 10 anos necessários para completar o pagamento do valor do prémio, cada vencedor receberá depois por ano uma renda de 200 mil dólares norte-americanos durante o resto da sua vida.
O prémio será oficialmente entregue a Festus Mogae numa cerimónia na cidade de Alexandria, a 15 de Novembro.
O laureado da primeira edição do prémio, no ano passado, foi o ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano.
Fundador da empresa de telecomunicações africana Celtel International, Mo Ibrahim, nascido no Sudão em 1946, é considerado um modelo do cidadão africano bem sucedido, que privilegiou uma gestão ética do negócio.
Ibrahim vendeu a empresa em 2005, sete anos depois de a ter criado, a um operador do Kuwait por 3,4 mil milhões de dólares, fortuna que financia a Fundação e o prémio.
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