O Prémio Sakharov 2008 para a liberdade de pensamento foi atribuído ao dissidente chinês Hu Jia, apesar das pressões exercidas por Pequim sobre os eurodeputados, anunciaram dirigentes do grupo dos Verdes no Parlamento Europeu.
"O grupo congratula-se por Hu Jia ter recebido o prémio", disseram os dois co-presidentes daquele grupo político, Daniel Cohn-Bendit e Monica Frassoni, em comunicado. "Conceder o Sakharov a Hu Jia reflecte o espírito deste prémio, que apoia a liberdade de pensamento e honra os defensores dos direitos humanos que lutam contra a repressão", acrescentaram.
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Representantes do governo chinês exerceram várias pressões sobre os eurodeputados para evitar que o Prémio Sakharov 2008 fosse atribuído ao dissidente, indicaram anteriormente vários responsáveis do Parlamento Europeu. "Por carta, por e-mail e até tentaram telefonicamente", disse o chefe do grupo liberal do Parlamento Europeu Graham Watson.
"Há uma carta do embaixador da China para o presidente do Parlamento Hans-Gert Poettering na qual Pequim faz pressão", confirmou uma porta-voz da presidência, afirmando que esta forma de pressionar era "contra-produtiva".
«O Prémio é atribuído em Estrasburgo, não em Pequim», sublinhou Poettering à margem da sessão.
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O presidente do grupo conservador da instituição, o mais importante grupo político do Parlamento, Joseph Daul, também recebeu uma carta do embaixador chinês junto da União Europeia sobre este assunto, indicou um dos seus porta-vozes.
O governo chinês já considerou a atribuição do Premio Sakharov 2008 a Hu Jia "uma ingerência nos assuntos internos da China".
"Opomo-nos à ingerência nos assuntos internos de outros países a pretexto dos direitos humanos", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. "É um criminoso, condenado por subversão", acrescentou.
Além de Hu Jia, o opositor bielorrusso Alexandre Kozulin e o abade congolês Abbot Apollinaire Malu Malu eram favoritos à atribuição do prémio Sakharov 2008.
Este prémio, entregue pelo Parlamento Europeu, recompensa há 20 anos personalidades que se distinguiram na defesa dos direitos humanos.
A entrega do prémio decorre numa cerimónia solene em Estrasburgo a 17 de Dezembro, durante a sessão do Parlamento que, este ano, celebra também os 20 anos do Sakharov, na presença dos anteriores laureados como o antigo presidente da África do Sul Nelson Mandela, a militante birmanesa Aung San Suu Kyi e o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
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