A República Democrática do Congo está a ferro e fogo. O Quénia também. O Chade e o Sudão igualmente. O conflito em Darfur causou no mínimo 300 mil mortos e dois milhões de refugiados e deslocados. E o Ruanda, Etiópia, Somália? Mas o que é que isso importa?
E se calhar, a velha Europa (de onde saíram as antigas potências coloniais de África) até tem razão: São pretos e, por isso, a comunidade internacional (EUA, Europa, ONU) pode dormir descansada, comer do bom e melhor e ir negociando a venda de armas para que eles, os pretos, se vão matando uns aos outros e ela possa ficar com as riquezas do continente.
Como se África já não tivesse problemas que cheguem, a comunidade internacional (Europa, EUA, ONU) volta a incendiar, ou a fornecer o fogo, este mártir continente. Como convém, à fome continua a juntar-se a guerra. Mas como são pretos, digo eu, os donos do poder e, supostamente, da civilização, continuam a cantar e a rir.
O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, certamente voltará a dizer que “é necessária uma acção internacional urgente para pressionar as partes em conflito e todas as pessoas envolvidas no terreno a deixarem as agências humanitárias trabalharem em segurança. Milhares de vidas dependem disso”.
Certamente obterá a garantia oficial de que a comunidade internacional tudo fará para acabar com estes sucessivos genocídios. Mas o que, na verdade, EUA, Europa, ONU querem dizer é: “que se lixem, são pretos”.
Pois são. E depois venham falar de terrorismo no Ocidente, da al-Qaeda, de Bin Laden. E depois espantem-se por a Somália ter sido, ontem, atingida por cinco atentados, quase simultâneos, contra edifícios estratégicos da ONU.
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