quinta-feira, outubro 09, 2008

Não fosse haver razões para chorar
diria que é Timor-Leste "hortiano”

Timor-Leste continua a ser um manancial de situações caricatas. Hoje o comandante distrital de Baucau (leste) da Polícia Nacional timorense (PNTL) foi detido por "exercício ilegal de funções", afirmou o comandante interino da Polícia das Nações Unidas (UNPol).

O subinspector Adérito da Costa Ximenes foi preso por elementos da unidade de investigação da UNPol, declarou Juan Carlos Areval, comandante interino da polícia internacional em Timor-Leste.

Se calhar o quase anedótico acontecimento será razão para chorar. Ou, cantando e rindo, lá vamos todos, levados, levados sim, pelo lusófono mau estado deste eventual Estado.

"O subinspector Adérito estava suspenso desde o final de Agosto, devido a um processo disciplinar, sem gravidade", disse Juan Carlos Areval, acrescentando que, "no entanto, continuou a ir ao trabalho, a usar a farda e a viatura da PNTL, o que é um crime. O representante do Ministério Público no distrito de Baucau já o tinha avisado", esclareceu o comandante interino da UNPol.

Digam lá que não é mesmo para rir?

Continuemos com a história. Hoje, o subinspector Adérito da Costa Ximenes foi ouvido por um magistrado, "mas não ia ficar preso porque o crime não tem essa gravidade", disse Juan Carlos Areval.

"Houve talvez uma dúzia de agentes que não gostaram da detenção, por serem muito amigos do comandante, mas a PNTL continuou a funcionar na mesma e não houve problemas", disse ainda Juan Carlos Areval.

A detenção do comandante distrital de Baucau acontece num período sensível dentro da PNTL e nas forças de segurança timorenses.

Nas últimas semanas, o ambiente em torno da nomeação do comandante definitivo da PNTL causou nervosismo na instituição com a circulação de um comunicado anónimo com ameaças em caso de o escolhido não ser originário dos distritos ocidentais, ou "loromonu".

A PNTL atravessa ainda um processo de reestruturação e certificação, sob a responsabilidade executiva da UNPol, na sequência da implosão da instituição em Abril e Maio de 2006.

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