"Documentos para Todos", "Não à Europa Fortaleza", "Abaixo Sarkozy" e "Ninguém é Ilegal" foram algumas das palavras de ordem que se ouviram na manifestação, que juntou mais de um milhar de pessoas, em Lisboa.
A legalização "de todos os imigrantes que trabalham e descontam em Portugal" e a denúncia da ofensiva de políticas "securitárias e racistas" na Europa foram as principais razões desta manifestação.
A concentração, convocada por organizações de imigrantes, direitos humanos, anti-racistas, culturais, religiosas e sindicatos, começou no Martim Moniz, num ambiente multicultural de festa e música, onde os manifestantes exibiram as suas reivindicações e denúncias: "Portugueses Imigrantes a Mesma Luta, "Direitos Iguais", "A Europa Precisa de Nós, "Liberdade para Todos", "Residência Para Todos", foram algumas das frases lidas em centenas de cartazes e panfletos, que encheram as ruas.
O desfile terminou com um minuto de silêncio em frente a um painel no chão da Praça - que mostrava cadáveres a 'boiar' nas aguas do Mediterrâneo - para lembrar os milhares de imigrantes clandestinos que anualmente arriscam as suas vidas na travessia marítima rumo à Europa, em busca de um futuro melhor.
De facto, por muito que isso custe a todos aqueles que têm pelo menos três refeições por dia, as crescentes dificuldades de sobrevivência em muitos países africanos levam muita gente a, com risco da própria vida, tentar chegar à Europa, dando corpo à tese de que ficar é continuar no inferno.
A imigração clandestina, sobretudo oriunda de países sub- sarianos, constitui um dos marcos europeus, atingindo, sobretudo, Espanha, onde 8,8% da sua população são imigrantes.
O facto de ser a fronteira Sul da União Europeia e ter, mesmo que em época de crise segundo a bitola europeia, um bom desempenho económico aparece aos olhos dos famintos africanos como um oásis que está bem perto, apenas a 14 quilómetros do estreito de Gibraltar, um local que durante muitos anos foi a principal porta de entrada para milhares de pessoas que procuravam o sonho europeu.
Cerca de 3 milhões de estrangeiros, sobretudo latino-americanos, têm visto de residência em Espanha. Os estrangeiros em situação irregular devem rondar 1,6 milhões.
A questão divide os dois principais partidos. O PP considera que legalizar imigrantes é abrir as portas de Europa a todo o tipo de gente, mas o PSOE afirma que são uma adicional fonte de riqueza que, ao mesmo tempo, combate a economia paralela.
Um recente estudo revelou que a Espanha cresceu em média 2,6% ao ano nos últimos 12 anos, graças à contribuição dos imigrantes. Sem eles, o Produto Interno Bruto espanhol teria caído 0,6%. Com menos de 10% da população da UE em 1995, Espanha foi responsável por cerca do 30% do crescimento total de população europeia. Em cada 100 novos moradores da Europa, mais de 25 são estrangeiros instalados na Espanha.
1 comentário:
E é verdade. Não há Ilegais. Há sim Irregulares!
Kandandu
EA
Enviar um comentário