Nada melhor do que ter um problema para saber de que lado estão os que nos rodeiam. No meu caso, é grato verificar que dois ou três, dos muitos mais amigos que eu pensava ter, estão sempre comigo.
Também é bom, apesar de tudo, ver que dos que estão do outro lado da barricada há alguns que se preocupam. Acredito que dê especial gozo a alguns dizer-me: “eu bem te avisei” ou, ainda, “será que já viste que estás do lado errado?”. A mim não dá gozo mas, é claro, ajuda-me a não parar pensar, pensando sem fugir.
“Continuo a pensar que estou no lado certo da barricada”, repeti ainda hoje a um deles, acabado de chegar de Angola e que, pelos vistos, vem credenciado para fazer estragos no tal poderoso grupo editorial português cuja participação angolana terá sido comandada pelo ex-ministro das Finanças, José Pedro de Morais.
A resposta, que já ouvira noutra cirsunstância, não se fez esperar: “Se estás do lado certo, onde estão agora os que deviam estar ao teu lado, como estiveram noutras alturas?”.
Fiquei sem resposta. É que, de facto e tirando os tais dois ou três que estarão sempre comigo, os que eu contava estarem ao meu lado, ou não dão sinal de vida ou, por conveniência, estão já com os quatro pés do outro lado da barricada.
A resposta, que já ouvira noutra cirsunstância, não se fez esperar: “Se estás do lado certo, onde estão agora os que deviam estar ao teu lado, como estiveram noutras alturas?”.
Fiquei sem resposta. É que, de facto e tirando os tais dois ou três que estarão sempre comigo, os que eu contava estarem ao meu lado, ou não dão sinal de vida ou, por conveniência, estão já com os quatro pés do outro lado da barricada.
Ponderado o assunto, ainda não é desta (certamente nunca será) que passo para o outro lado. Não deixo, contudo, de cada vez mais me questionar se vale a pena querer dar voz aos que voluntariamente a não querem ter.
2 comentários:
Ajude a FpD.
Orlando, não serão apenas 2 ou 3 os que estão ainda de pé firme, do lado certo do mundo. Ao lado dos homens justos, de carácter, que se dignam a dar voz aos outros, que recusam vergar-se diante do que os outros dão já como irremediável, há-de haver sempre mais do que 2 ou 3 amigos. Porque a amizade é um mundo imenso, mesmo escondida por uma ou outra nuvem, e porque no fim dos dias, ainda tenho fé no triunfo dos dignos, dos bons. Vir a este Alto Hama é sempre um prazer. Receber-te lá, no meu estaminé, não é pior. Um beijo e um abraço apertado de uma amiga que se confunde com uma fã! :)
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