As democracias não são perfeitas. E como tal, a do MPLA (pronto, a de Angola) também não o é. O chefe do banco de urgência do Hospital Provincial do Moxico, Martins Mvita, exigiu – certamente no cumprimento de ordens do comité central do seu partido – aos doentes o cartão de membro do MPLA como condição para terem consultas e tratamentos.
E se o primeiro episódio aconteceu no dia 8 do mês passado, no dia 26 o mesmo responsável disse aos que se encontravam no hospital: “Vejo muitas caras que não votaram no MPLA, pelo que tem de se tratar nos hospitais dos partidos em quem votaram”.
E a ordem foi de tal modo convincente que todos aqueles que não tinham cartão do MPLA abandonaram o Hospital. Digamos que é a democracia angolana ao seu melhor nível.
Perante a reacção de alguns elementos afectos à UNITA, o chefe do banco de urgência do Hospital Provincial do Moxico, Martins Mvita, esclareceu-os que “o tempo em que o ministro da Saúde era da UNITA já lá vai, por isso acabou o direito de serem adeptos da UNITA e quererem beneficiar das estruturas criadas pelo MPLA”.
Não está mal. É que, como tantas vezes disse o reconduzido ministro da Defesa, Kundi Paihama, em Angola existem dois tipos de cidadãos, os angolanos e os kwachas. Assim sendo, o MPLA tem toda a razão em dar prioridade absoluta aos angolanos.
Quanto aos outros, fazendo fé nos resultados eleitorais são 10,39% em termos nacionais e 5,46% (10.590) no Moxico, que vão morrer onde quiserem, mas sem assistência. Ou, se a quiserem, devem filar-se no MPLA.
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