sábado, maio 30, 2009

Anónimos, cobardes e similares não entram

Uma das características congénitas de muitos portugueses, mas não só, é atirarem a pedra e esconderem a mão. É terem a coragem de dizer o que supostamente pensam... desde que seja sob anonimato.

Aqui o Alto Hama tem um autor com nome e chipala. E porque não é um blogue da mãe joana, nem uma casa de tias, decidi que, a partir de agora, todo e qualquer comentário anónimo não será publicado, mesmo que demonstre civismo e ideias válidas.

Os anónimos, quase sempre cobardes ao serviço dos capatazes, podem continuar por uma questão (legítima) de sobrevivência a meter o rabinho entre as pernas e, com ar dócil e canino, a dizer dezenas de améns a quem os compra.

Quem labuta nesta profissão com ética e liberdade sabe bem que ela está cheia de escumalha, escória, ralé e por aí fora, sobretudo a nível dos que têm o poder e dos que, na esperança de um prato de lentilhas, aceitam ser capachos (“pessoa que se curva servilmente perante aqueles de quem depende").

Sei desde há muito, mas sobretudo desde a altura em que mercenários tomaram conta quer da profissão quer dos órgãos de comunicação social que transformaram em linhas de enchimento, que os verdadeiros jornalistas têm a sobrevivência no fio de uma navalha que é manipulada (tantas vezes de forma anónima, por isso, cobarde) por sipaios acéfalos que tudo fazem para agradar aos chefes do posto.

E porque, naturalmente, todos queremos sobreviver e ter uma vida digna, a quase todos os que ainda têm coluna vertebral, nome e chipala só resta a dignidade pública.

Eu sabia que eram poucos os que têm coluna vertebral e que sabem que só é derrotado quem deixa de lutar. Mas enganei-me. Pelos vistos já não sou poucos... são menos ainda.

Por tudo isto, anónimos não entram. A paciência para os aturar acabou.

6 comentários:

Afonso Loureiro disse...

Optei por fazer o mesmo no Aerograma e pelas mesmíssimas razões.

Camilo disse...

Estou a pensar fazer o mesmo.
Tenho recebido muitas mensagens de insultos.
Um Abraço, Orlando.
E... Coragem, meu Irmão!!!

Unknown disse...

Amigo Orlando Castro, há muito que a canalha anónima prolifera por este país e se aproveita dessa situação para criticar, ou para destruír, tudo que não seja da religião que professa. Também há muitos anos que o poder absoluto, a ditadura, faz com que as pessoas, com receio de represálias e perseguições, se refugiem no anonimato quando há que chamar porco ao ditador, ou quando se torna necessário limpar a porcaria que nos tolhe a liberdade. A situação em Portugal está a chegar ao limite. Portugal está à beira do precipício.O anonimato passou a ser uma forma de se sobreviver. Mas não é uma forma correcta de se dignificarem. Nem a melhor arma para combater a podridão. E o meu Amigo é o perfeito exemplo de que devemos morrer de pé, cabeça levantada, com dignidade, pegando os bois pelos cornos. O seu exemplo é uma lição para todos aqueles que escondem a chipala, ou que, de rosto escondido, focinham nas lentilhas que o seu dono lhes oferece.Um abraço, caríssimo Amigo.

Unknown disse...

O comentário anterior, tem nome. Chama-se Jaime de Saint Maurice.

David R. Oliveira disse...

Até que enfim! no meu desde a festa de inauguração, na sidebar, pus assim
"O anonimato é uma questão de carácter. Sem nome não existe. Não existe, não tem direitos."
... mas mesmo assim os gajo, de quando em vez, não lê
Abraço
David Oliveira

Camilo disse...

Olá Jaime de Saint Maurice.
É o Camilo.
Neográfica/Notícia-Luanda.
Um Abraço.
Entra em contacto com o meu email, através do blogue.